sábado, 14 de janeiro de 2012

O silêncio dos quadros

Cada vez que eu entro em um museu e presto atenção nos quadros o que mais me impressiona, além das formas e das cores, é o silêncio deles. O mundo sem palavras dos quadros, mesmo sempre um mundo muito mais eloquente que o mundo real. Imediatamente abaixo da realidade, expressivo em suas composições de chaminés, marias-fumaças entrando na gare cheia de neve, campos de flores amarelas, mulher andando ao sol sob uma sombrinha, navio deixando o porto, um beijo longo e retorcido. E o silêncio. A substância dos quadros não é a cor, nem a forma, que mudam sempre de um para outro, mas o silêncio que em todos é o mesmo, absolutamente o mesmo – foi o que aprendi.

Nenhum comentário: