terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Enxergando

Uma vez o Guilherme, meu filho, ainda aos cinco anos, me perguntou por que eu não tinha televisão em casa e por que eu gostava desses livros, que graça tinham os livros sem desenho, sem ilustrações coloridas... Inquiria-me, lindo, rodeado por eles em minha desordenada biblioteca, a carinha por cima do meu peito, olhinhos que ainda não decifravam essas “minhoquinhas pretas” retorcidas na pele branca do papel... Então, lhe disse: nesses livros, o desenho a gente faz aqui dentro, e apontei sua cabeça de cabelos crespos de anjinho... Quer ver? E contei-lhe um pouco do que estava se passando na história que eu lia. Estás enxergando os desenhos? E ele: Estou... Aprendeu, assim, a imaginar, ou melhor, a ver, intencionalmente, a própria imaginação, o que significa, admirar, olhar de fora: filosofar...

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